ANÁLISE DO PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES PORTADORES DE VESÍCULA BILIAR ESCLEROATRÓFICA SUBMETIDOS À COLECISTECTOMIA NO SERVIÇO DE CIRURGIA GERAL EM GUARAPUAVA - PARANÁ

  • ÉRICKY BARBOSA DOS SANTOS
Palavras-chave: Doenças Biliares, Epidemiologia, Colecsitite, Vesícula Biliar Escleroatrófica, Colecistectomia

Resumo

Introdução: A colelitíase manifesta-se como colecistite aguda, que consiste em inflamaçãoda vesícula biliar devido ao fechamento do infundíbulo por um cálculo impactado, o quepromove estase, irritação e processos infecciosos. Tal entidade, quando não tratadacirurgicamente por colecistectomia, torna-se uma doença crônica, ou seja, o processopersiste, com períodos de inflamação e remissão. Essa característica pode promover umadas mais temidas complicações quando se trata de colelitíase, a Vesícula BiliarEscleroatrófica. A evolução para uma vesícula escleroatrófica depende de vários fatores,evidenciando dificuldade diagnóstica e terapêutica, tendo em vista a deformação anatômicacausada pela inflamação constante da árvore biliar. A análise do perfil epidemiológicopermite que profissionais de saúde identifiquem tendências específicas, como as principaiscausas e riscos para a presença de vesícula atrófica, facilitando o desenvolvimento detratamentos e intervenções direcionados.Objetivo: Analisar o perfil clínico-epidemiológico de pacientes diagnosticados comvesícula biliar escleroatrófica que realizaram colecistectomia prévia.Métodos: Estudo observacional, transversal e analítico em pacientes atendidos peloserviço de Cirurgia Geral do Hospital Instituto Virmond, em Guarapuava – PR. Utilizou-sedados de prontuários eletrônicos do programa SPDATA. A coleta de dados abrangeuregistros de janeiro de 2021 a dezembro de 2022 e os critérios de inclusão considerarampacientes com diagnóstico específico de vesícula biliar escleroatrófica e os critérios deexclusão foi restringido a paciente sem esse diagnóstico, fora do período citado ou cominformações ineficientes.Resultados: A presença de vesícula biliar escleroatrófica foi maior em mulheres (59,4%)e a faixa etária que predominou foi entre 40 a 79 anos. As principais comorbidadesrelacionadas a presença de vesícula escleroatrófica foram dislipidemia, hipertensãoarterial, obesidade e diabetes mellitus. Análises revelaram uma associação significativaentre altos valores de IMC e complicações intraoperatórias (p=0,015), tal como entredislipidemia e complicações intraoperatórias (p=0,02). Entre 24 pacientes com IMC ≥ 25kg/m², 13 apresentaram complicação durante o ato cirúrgico, enquanto nenhum pacientecom IMC ≤ 24,9 kg/m² teve complicação. Em relação a dislipidemia, entre 22 pacientescom a condição, 12 apresentaram algum tipo de complicação intraoperatória, emcontrapartida, entre 10 pacientes sem dislipidemia, apenas 1 mostrou complicação na8cirurgia. Além dessa associação, houve diferença significativa também correlacionando apresença de diabetes com o uso de antimicrobiano profilático (p=0,05).Conclusão: A existência de vesícula biliar escleroatrófica envolve múltiplos fatores,sendo uma condição complexa com grandes chances de evolução para quadroscomplicados, como fístulas bileodigestivas e alterações inflamatórias crônicas no sistemabiliar, o que ocasiona dificuldade para o cirurgião. O principal fator desencadeante é ademora na realização da colecistectomia atrelado à inflamação constante da via biliar. Asassociações e as variáveis destacadas por frequência simples demonstraram os riscosque uma cirurgia em portadores dessa condição pode trazer. Estratégias preventivas,educação sobre os fatores de risco, especialmente em relação ao estilo de vida, e ummanejo terapêutico precoce é essencial para se evitar a presença de vesícula biliarescleroatrófica.
Publicado
2024-05-21
Edição
Seção
Artigos