ACHADOS CITOPATOLÓGICOS EM EXAMES DE COLO UTERINO DA REGIÃO CENTRO SUL DO PARANÁ

  • LARYSSA CRISTINA DE LIMA RIBAS TAQUES
Palavras-chave: Câncer de colo uterino, Lesões intraepiteliais do colo uterino, Sistema Bethesda

Resumo

INTRODUÇÃO: No Brasil, o câncer do colo do útero é o terceiro mais incidente napopulação feminina. Na região Centro Sul do Paraná verifica-se uma ocorrência contínua denovos casos de câncer do colo uterino nos municípios da região. O controle do câncer do colodo útero é uma prioridade da agenda de saúde do país e integra o Plano de AçõesEstratégicaspara o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil, 2011-2022. OBJETIVO: Fazer a análise epidemiológica das mulheres com lesões préneoplásicase neoplásicas do colo do útero na região centro sul do Paraná, identificar possívelgrupoprioritário possibilitando a prevenção precoce do mesmo, considerando algumascaracterísticas individuais das pacientes. MÉTODOS: Estudo observacional analíticotransversal baseado na revisão de laudos de citologia cérvico vaginal com alteração citológicaatendidas no período de 2021 a 2022 no Laboratório CAPG – Centro de Apoio em Patologiade Guarapuava. Os diagnósticos foram realizados por análise citopatológica, com exclusãodos exames sem alteração citológica. Os dados levantados foram a data do exame,idade dapaciente, procedência, convênio utilizado, diagnóstico clínico, diagnóstico citológico,alteraçãomacroscópica e infecção associada. Referidos dados foram tabulados em planilha do Excel eanalisados em programa estatístico SPSS com a descrição analítica dos resultadosencontrados, de acordo com a Lei de Proteção de Dados. RESULTADOS: Os serviços  públicos foram os principais coletores do exame, com 86,5% dos registros. Exames realizadospara fins de rastreamento foram registrados em 784 casos (82,0%) e para seguimentoencontrou-se 123 registros (12,8%). Para os demais casos os motivos foram adenocarcinoma,NIC II ou NIC III em 4 casos (0,4%) e em 45 registros essa informação estava ausente (4,7%).O diagnóstico clínico estava ausente em 94,9% dos casos. O diagnóstico citológicoapresentou maior frequência de ASC-US (35,7%), seguidos de ASC-H (23,1%), LSIL (19,1%)e HSIL (16,5%). Em relação à procedência das mulheres, Prudentópolis (195; 20,4%),Guarapuava (183; 19,1%), Pitanga (161; 16,8%) e Pinhão (147; 15,4%). A maioria daspacientes não apresentava alterações macroscópicas (75,3%). Observou-se ausência deinfecções associadas em 86,0% dos registros. Entre as infecções com maior frequência estãoa gardnerella vaginalis (9,2%) seguidas da candida sp (2,1%) e trichomonas vaginalis (1,8%).Houve diferença estatisticamente significativa (p<0,000) ao se analisar as frequências delesões entre serviços públicos e privados. A relação entre os exames indeterminados com osachados infecciosos não apresentou significância estatística, nesta amostra. Por fim, entre as355 pacientes que se encontravam com os exames alterados (LSIL, HSIL, HSIL commicroinvasão, adenocarcinoma, adenocarcinoma "in situ" e CEC) no período estudado, acorrespondência entre o diagnóstico clínico e o diagnóstico citológico foi verificado em 38registros (10,7%), com distribuição estatisticamente significativa (p<0,000). CONCLUSÃO: Operfil epidemiológico das pacientes com exames citológicos de colo uterino com alteraçãocelular na região Centro Sul do Paraná encontrado nos anos de 2021 a 2022, em examesrealizados em laboratório de referência, é de mulheres na média de idade entre 32,9 e 35,5anos, no período reprodutivo, com diagnóstico citológico mais frequente de ASC-US, seguidosde ASC-H, LSIL e HSIL, em sua maioria, tendo como principal coletor do exame, os serviçospúblicos de saúde, com fins de rastreamento. A maioria das pacientes não apresentaalterações macroscópicas na colposcopia, tendo pouca ocorrência de infecções associadas,entretanto, na ocorrência a mais evidenciada é a gardnerella vaginalis, correspondendo aoperfil encontrado na literatura.
Publicado
2024-05-21
Edição
Seção
Artigos