DA PANDEMIA À NEOPLASIA

UM RECORTE TRANSVERSAL OBSERVACIONAL NO PANORAMA DO CÂNCER MAMÁRIO NO PARANÁ

Autores

  • AMANDA BLANSKI
  • LUCAS DE ALMEIDA B.

Palavras-chave:

Mamografia, Câncer de Mama, COVID-19

Resumo

Por conta da alta incidência do câncer de mama na população feminina, foi considerado de extrema importância o diagnóstico precoce da doença, motivo pelo
qual a mamografia é considerada um exame de rastreamento conceituado. Contudo, a depender da evolução do câncer e da conduta do profissional que encaminhou ou que está realizando a mamografia, o exame pode não trazer benefícios. Com o surgimento da COVID-19, foram instituídas medidas de distanciamento e adiamento de procedimentos não urgentes, incluindo as mamografias de rastreamento. Com isso, foram questionados os prejuízos que a pandemia estaria causando na progressão do câncer de mama, com conjecturas de aumento do estadiamento tumoral e, em consequência, um número maior de procedimentos cirúrgicos agressivos. Levando em conta o panorama, o presente estudo tem como objetivo averiguar o decréscimo de mamografias durante o período pandêmico (2020-2021), se estão sendo seguidas as orientações do Ministério da Saúde quanto à realização das mamografias e se houve aumento no número de casos mais graves de câncer e de procedimentos cirúrgicos mais invasivos. Ao realizar uma pesquisa transversal observacional, o instrumento utilizado para a coleta de dados foi o Sistema de Informação do Câncer de Colo de Útero e Mama (SISCAN), presente no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Nele, foi analisado o período de 2017 a 2023 nas Regionais de Saúde do estado do Paraná e no Brasil, a fim de fazer comparações e averiguar o nível de dano em cada uma das localidades. Ao longo do estudo, foram observados déficits no montante de mamografias no período pandêmico, seguido de uma recuperação nos seus números nos anos seguintes. Ademais, houve um aumento das categorias BI-RADS 4 e 5 no período pós-pandêmico, porém não foi acompanhado por mais lesões de caráter neoplásico maligno ou procedimentos cirúrgicos mais invasivos. Mas sim por
um aumento generalizado dos números de mamografia, de diversos exames diagnósticos e exames terapêuticos. Desse modo, foi teorizado que houve um
acúmulo de exames não realizados durante a pandemia que agora estão sendo retomados. Por fim, é indagado se esse restabelecimento não está sendo excessivo, o que pode acarretar resultados falso-positivos, sobrediagnósticos e sobretratamentos. 

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Publicado

2025-05-23

Edição

Seção

Artigos