CONVERSÃO HISTÉRICA
O AFETO VIVIDO NO CORPO
Palavras-chave:
Psicanálise, Histeria, ConversãoResumo
Foi com os Estudos sobre a histeria', texto publicado em 1895, que a histeria permaneceu como fenômeno que possibilitou não apenas a existência de uma clínica freudiana, mas também o nascimento de um novo olhar sobre a feminilidade. As duas principais formas de histeria teorizadas por Sigmund Freud foram a histeria de angústia, cujo sintoma central é a fobia, e a histeria de conversão, onde se exprimem através do corpo representações sexuais recalcadas. Focaremos nesta última no sentido de uma tentativa de trazer um entendimento do que acontece na histeria de conversão onde se instala o conflito psíquico e acaba por se manifestar no corpo. O objetivo central do presente artigo é explicitar o mecanismo do fenômeno da conversão histérica, possibilitando a compreensão sobre a clínica das neuroses, além de disseminar esse conhecimento a qualquer um que se interesse pela neurose de histeria e suas manifestações clínicas observadas por Freud. A metodologia de pesquisa é do tipo bibliográfico quando a coleta de dados, de abordagem qualitativa quando à análise dos dados, e de objetivo exploratório, quanto a concepção temática. Conclui-se o presente estudo ressaltando que foi nos Estudos sobre a histeria desenvolvidos por Freud e Charcot na última década do século XIX, que os sintomas histéricos foram concebidos por uma outra perspectiva, para além da medicina e da psiquiatria clássica. Os fenômenos histéricos, portanto, são considerados conteúdos traumáticos ligados a desejos sexuais reprimidos de ordem inconsciente, e que quando a quantidade afetiva referente a esse desejo não alcança uma descarga de prazer adequada ou não encontra uma representação psíquica, emergem na consciência de forma distorcida, se transformando em sintomas desagradáveis ao sujeito. Desse modo, a histeria de conversão pode ser considerada em seu aspecto econômico, uma vez que quando uma carga afetiva não encontra uma representação psíquica para se ligar, tende a se descarregar no corpo.