A LUTA PELO DIREITO À MORADIA NO BRASIL

UM OLHAR A PARTIR DA PERSPECTIVA FEMINISTA

Resumo

O presente artigo dedica-se a analisar de que maneira as dificuldades de acesso à moradia no Brasil, bem como o acesso à cidade, marcados pela histórica segregação socioespacial e exclusão das camadas mais pobres do mercado de trabalho, refletem em uma situação mais crítica e preocupante quando se é mulher. Perpassando as dinâmicas sociais de reprodução e cuidado, decorrentes da divisão sexual do trabalho, alcança-se nos movimentos sociais e de luta por moradia um espaço público no qual efetiva-se a apropriação do espaço. É a insurgência contra a lógica do sistema em uma tentativa de engendrar uma outra sociedade. Observa-se nesse contexto que esses movimentos e ocupações potencializam o empoderamento e autonomia dessas mulheres, possibilitando a reestruturação das hierarquias de poder dentro do espaço privado e também a reapropriação do espaço político, concebendo uma luta pela efetivação dos Direitos à moradia e à cidade, marcados pela interseccionalidade de classe, raça e gênero. Utilizando como metodologia a pesquisa bibliográfica em livros, artigos e legislação, o movimento de pesquisa passa por discussões acerca do direito à cidade, direito à moradia e desigualdade de gênero, sinalizando, por fim, a necessidade de pensar o processo de superação das relações socioespaciais e projetar a ação para a construção de uma cidade onde o direito à qualidade de vida seja garantido.