MULHERES NEGRAS

VÍTIMAS PREFERENCIAIS PARA O CRIME DE TRÁFICO DE PESSOAS COM FINS DE EXPLORAÇÃO SEXUAL UMA ANÁLISE SOB O OLHAR DA INTERSECCIONALIDADE

Resumo

Este artigo possui como principal objetivo demonstrar que as mulheres negras pelos fatores de gênero, raça e classe são as vítimas preferenciais para o crime do tráfico de pessoas com fins de exploração sexual, que esses fatores de riscos devem ser estudados de forma conjunta para o Estado conseguir realizar políticas publicas eficazes para o enfrentamento e repressão do referido crime, tendo em vista que atualmente as políticas públicas do governo brasileiro mostra-se insuficiente e por não utilizar a interseccionalidade das vulnerabilidades tornam as mulheres negras e periféricas mais suscetíveis a serem vítimas. O texto deste artigo foi desenvolvido com base em referências bibliográficas de livros escritos por autores e autoras descoloniais e que pensam o feminismo negro sem hierarquizar os sistemas de opressão. Conforme disposto no presente artigo constata-se pelos dados oficiais que as mulheres são as principais vítimas do crime de tráfico de pessoas e que a modalidade de exploração sexual tendo as mulheres como vítimas é a mais visada pelos traficantes pela alta lucratividade, não havendo dados acerca da raça dessas mulheres nesses relatórios oficiais, mas conforme estudo da interseccionalidade e pesquisa brasileira acerca da origem das vítimas e da raça da população do local de origem é possível demonstrar que são mulheres negras marginalizadas e em situação extrema de vulnerabilidade, também pela forma que os traficantes utilizam-se para conseguir tornar essas mulheres vítimas, estando sempre presente o fator econômico e onde o Estado mostra-se ausente e as vítimas invisibilizadas e silenciadas por fatores históricos de racismo e sexismo presentes na estrutura e nas instituições da sociedade.