CONTRIBUIÇÃO DA DEPENDÊNCIA ECONÔMICA E AFETIVA DA MULHER PARA A SUA MANUTENÇÃO NO CICLO DA VIOLÊNCIA
Palavras-chave:
Gênero, Violência Psicológica, DependênciaResumo
A presente pesquisa teve como objetivo analisar como se dá a construção social da mulher como dependente econômica e afetivamente de um homem e como essa dependência influencia para que a mulher se mantenha em um ciclo de violência no relacionamento conjugal, achando-se como um ser vulnerável,
submisso e que é encarada socialmente como objeto sexual e de produção. Assim, a violência doméstica e familiar contra a mulher foi abordada como um fenômeno de construção social, formado a partir da desigualdade de gênero, e que se funda no patriarcado associado ao capitalismo, ambos colaborando para a opressão do sexo feminino. Considerou-se também os papéis sociais impostos aos sexos, bem como a divisão do espaço público e privado entre homens e mulheres, fato qual reforça a mulher como o sexo destinado a ocupar o espaço privado, destinada assim ao casamento, maternidade e trabalhos domésticos. Tais fatores contribuem para a desvalorização do trabalho doméstico e para a dificuldade da mulher em ganhar espaço no mercado de trabalho fora de casa, tornando-se, em consequência, dependente do seu parceiro. Tendo em vista que a sociedade cultiva valores patriarcais e que naturalizam a violência contra a mulher, destaca-se o grande crescimento da violência nas relações familiares conjugais, apontando-se a evolução silenciosa do ciclo da violência, a dificuldade na identificação da violência psicológica no ambiente conjugal e a ausência de estudos e políticas públicas eficazes neste sentido, como um grande problema no rompimento do ciclo de violência e no afastamento da vítima do seu agressor.